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Bula simplificada: 7 perguntas sobre o cloridrato de fluoxetina

A fluoxetina é um dos farmacos mais antigos e estudados para o tratamento da depressão

Comumente conhecida como “A pílula da felicidade”, a Fluoxetina fora descoberta em 1972, pela Eli Lilly and Company, e inicialmente fora sintetizada e comercializada para uso médico em 1986, com o nome Prozac®. Trata-se de um fármaco antidepressivo da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina, e consta na Lista de Medicamentos Essenciais da OMS (Organização Mundial da Saúde). Atualmente é comercializada por vários laboratórios como medicamento genérico, estando sujeita à retenção da receita, por se tratar de medicamento de venda sob controle especial.

Seu uso é recomendado para diversos tratamentos, como: depressão associada ou não à ansiedade, bulimia nervosa, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), síndrome do pânico e transtorno disfórico pré-menstrual que inclui TPM, irritabilidade e alteração de humor, e como um de seus efeitos colaterais é diminuir o apetite, algumas pessoas o buscam como um fármaco para emagrecimento.

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O Fármaco Cloridrato de Fluoxetina, possui venda à partir de Receita de Controle Especial – Receita tipo “C” - Cor Branca para medicamentos relacionados nas listas C1 ( Outras Subst. Sujeitas a Controle Especial) em 2 vias, onde: A 1ª Via ficará retirda na farmácia ou drogaria, e a 2ª via ficará para o paciente. A validade da prescrição é de 30 dias.

Curiosidade: Em 2001, a patente do Eli Lilly expirou, e os genéricos elevaram a popularidade da fluoxetina que, até então, já havia sido prescrita para mais de 40 milhões de pessoas, colocando-a na terceira posição entre os antidepressivos mais receitados, após a sertralina e o escitalopram.

O conteúdo desta página é fornecido apenas para fins informativos, lembrando que este artigo têm como objetivo simplificar as informações disponibilizadas em bula, e não substituição da mesma.

Para que é indicada?

A principal indicação da fluoxetina é para o tratamento da depressão. Contudo, a fluoxetina também é eficaz no tratamento de outros distúrbios de origem psiquiátrica, como, por exemplo, bulimia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, transtorno afetivo bipolar, fibromialgia e tensão pré-menstrual.

A fluoxetina algumas vezes pode ser utilizada concomitantemente junto com outro antidepressivo, a olanzapina, para tratar a depressão maníaca causada pelo transtorno bipolar. Essa combinação também pode ser usada para tratar a depressão quando pelo menos 2 outros medicamentos já foram utilizados e a pessoa não teve melhora dos sintomas.

Como age no organismo?

O medicamento age diretamente no cérebro, aumentando os níveis de serotonina — neurotransmissor que regula humor, o bem-estar, sono, apetite e a concentração, dentre outras funções. Administrada em gotas ou comprimidos, a fluoxetina atua em transtornos cujos sintomas apontam, justamente, o desequilíbrio na produção de serotonina.

Após 6 ou 8 horas, a fluoxetina atinge sua concentração máxima no organismo. Porém, para que surta efeito terapêutico, a recomendação é que o medicamento seja utilizado diariamente, sendo esperado que seus efeitos se tornem evidentes depois de um período que varia entre 2 e 6 semanas.

Alteração no plano terapêutico, descontinuação ou aumento das doses somente deve ser feito de acordo com a avaliação e orientação do médico.

Como utilizar?

A fluoxetina deve ser tomada por via oral antes ou após a refeição, sempre no horário orientado pelo médico, de preferência tomada pela manhã ou à tarde para evitar insônia, no entanto se esquecer de tomar uma dose na hora certa, tomar assim que lembrar, mas deve-se pular a dose esquecida se estiver quase na hora de tomar próxima dose. Não dobrar a dose para compensar a dose esquecida.

A forma de uso da fluoxetina para adultos varia de acordo com a indicação e inclui:

  • Depressão: a dose recomendada é de 20 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã, e pode ser aumentada para até 80 mg por dia dividida em duas doses pela manhã e à tarde;

  • Bulimia nervosa: a dose é de 60 mg por via oral uma vez ao dia;

  • Transtorno obsessivo compulsivo: a dose recomendada é de 10 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã, e pode ser aumentada para 20 mg uma vez por dia, após uma semana de tratamento. A dose máxima não deve ultrapassar 60 mg por dia dividida em duas doses pela manhã e à tarde;

  • Síndrome do pânico: a dose recomendada é de 10 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã, e pode ser aumentada para 20 mg uma vez por dia, após uma semana de tratamento. A dose máxima não deve ultrapassar 60 mg por dia dividida em duas doses pela manhã e à tarde;

  • Transtorno disfórico menstrual: a dose inicial é de 20 mg por via oral uma vez ao dia tomada de forma contínua e pode ser aumentada até 60 mg por dia, dividida em duas doses pela manhã e à tarde. Outra forma de uso é a dose de 20 mg por dia iniciando 14 dias antes da menstruação, devendo interromper o uso no primeiro dia da menstruação e repetir essa forma de uso a cada mês.

Provoca perda de peso?

A perda de peso é um dos efeitos associados à fluoxetina e, de fato, ele pode ocorrer. Não porque seja um remédio voltado para essa finalidade. Mas em virtude do controle da ansiedade que ele promove. Além disso, pode ocasionar uma alteração no apetite para quem sofre com episódios de gula ou compulsão alimentar, essa decorrência traz benefícios.

Contudo, a atuação da fluoxetina só é efetiva quando se objetivam tratamentos de transtornos mentais. Até mesmo porque a possível perda de apetite, quando ocorre, é amenizada com o transcorrer do tempo.

O efeito esperado é que a serotonina auxilie no equilíbrio da alimentação, pois, com o bem-estar em ordem, o paciente deve consumir o que precisa para se manter saudável — sem excessos para mais ou para menos.

Portanto, se você se interessou pela fluoxetina porque lhe foi sugerida como emagrecedor, esqueça. Inclusive, vale ressaltar que, administrada com propósito equivocado, pode acabar engordando ou, no mínimo, ocasionando o efeito sanfona.

Quais seus efeitos colaterais?

Dada a utilização desse fármaco há mais de 30 anos, ele é considerado seguro e eficaz. Contudo, é importante que se faça o uso racional, ou seja, utilize-o de forma apropriada, na dose certa e por tempo adequado.

Os efeitos colaterais costumam se manifestar nas duas primeiras semanas do uso, em função da alteração abrupta nos níveis de serotonina. Como são resultados da adaptação do organismo, podem variar de pessoa para pessoa.

As ocorrências mais comuns, nesses primeiros dias de uso, são:

  • perda de apetite;
  • sonolência;
  • dor de cabeça;
  • insônia;
  • ansiedade;
  • fraqueza;
  • náusea;
  • diarreia;
  • dor de estômago;
  • redução da libido;
  • retardo na ejaculação;
  • impotência sexual;
  • tremores;
  • nervosismo;
  • irritabilidade;
  • agitação.

Outros efeitos colaterais, menos frequentes, são:

  • visão turva;
  • calafrios;
  • boca seca;
  • vertigem;
  • palpitações e pulsação acelerada;
  • alteração do paladar;
  • sonhos estranhos ou pesadelos;
  • vômitos;
  • nariz entupido;
  • dor de garganta;
  • sangramentos e hemorragias ginecológicas;
  • suor em excesso;
  • erupções e/ou coceira na pele;
  • ondas de calor ou rubor;
  • bruxismo;
  • rigidez muscular;
  • ataques de pânico;
  • alucinações;
  • convulsões;
  • pensamentos suicidas;
  • confusão mental;
  • zumbidos;
  • prisão de ventre.

Quais são as contraindicações?

A fluoxetina deve ser usada com cuidado — ou não administrada — nos casos em que os pacientes apresentem quadros de:

  • Diabetes;
  • Histórico de convulsões ou epilepsia;
  • Elevada pressão intraocular ou que tenham risco de glaucoma de ângulo estreito agudo;
  • Cirrose;
  • Arritmia;
  • Histórico de abuso de drogas ou pensamentos suicidas;
  • Doença renal;
  • Crianças com menos de 7 anos;
  • Mulheres grávidas ou amamentando (salvo com orientação médica específica).

Interações medicamentosas

É importante alertar que a fluoxetina tem grande interação medicamentosa, sendo necessário obter orientação médica precisa. Menores de 18 anos, grávidas e lactantes contarão com recomendações igualmente específicas.

Uma dúvida frequente recai sobre o consumo concomitante de fluoxetina e álcool. Essa combinação é altamente desaconselhável.

Como o medicamento e a bebida alcoólica atuam sobre o sistema nervoso central, os efeitos de ambos podem ser potencializados, resultando em alteração da consciência, crises de ansiedade, convulsões e sonolência, dentre outros mal-estares perigosos.

Dentre os remédios que não devem ser usados em conjunto à fluoxetina, podemos listar:

  • ácido acetilsalicílico;
  • alprazolam;
  • anti-inflamatórios não estereoidais;
  • carbamazepina;
  • clozapina;
  • desipramina;
  • diazepam;
  • fenelzida;
  • fenitoína;
  • haloperidol;
  • imipramina;
  • isocarboxazida;
  • lítio;
  • moclobemida;
  • rasagiline;
  • selegiline;
  • tranilcipromina;
  • medicamentos que são metabolizados por um subgrupo específico de enzimas produzidas pelo fígado;
  • medicamentos que se ligam a proteínas plasmáticas;
  • erva-de-são-joão.

Quais são os nomes comerciais da fluoxetina?

Além do original, Prozac (laboratório Eli Lilly) e dos genéricos (assinalados com a letra G), o cloridrato de fluoxetina é encontrado como:

  • Daforin (Sigma Pharma);
  • Deprax (Aché);
  • Depress (União Química);
  • Eufor (Farmasa);
  • Fluox (Theraskin);
  • Fluxene (Eurofarma);
  • Nortec (Ativus);
  • Psiquial (Merck);
  • Verotina (Libbs).

Dicas importantes:

  • Siga sempre as orientações de seu médico prescritor, e em caso de dúvidas, contate-o;
  • Fique atento à validade do medicamento, que é de 24 meses. Considere que, após aberto, essa validade é ainda menor;
  • Mantenha o medicamento sempre dentro da própria embalagem e nunca descarte a bula até terminar o tratamento;
  • Leia atentamente a bula ou as instruções de consumo do medicamento;
  • Utilize o medicamento na posologia indicada;
  • Ingira os comprimidos inteiros, evite esmagá-los ou cortá-los ao meio; eles podem ferir sua boca ou garganta. A exceção é a indicação médica;
  • Escolha um local protegido da luz e da umidade para armazenamento. Cozinhas e banheiros não são a melhor opção. A temperatura ambiente deve estar entre 15°C e 30°C;

Bônus:

O Ministério da Saúde mantém uma cartilha para o uso racional de medicamentos. Quanto mais você se educa em saúde, menos riscos você corre!


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