Constante na lista dos fármacos essenciais pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e no Brasil pelo Programa “Aqui tem Farmácia Popular”, do Ministério da Saúde, nas apresentações específicas de 500mg e 850mg, o Cloridrato de Metformina, está disponível no mercado desde a década de 1950, e é a primeira frente como fármaco utilizado comumente no tratamento do diabetes tipo 2 como hipoglicemiante oral, ou seja, para o controle da glicemia (controle das taxas de açúcar no sangue), aos pacientes acometidos com diabetes mellitus, seja como monoterapia (uso individual) ou em conjunto com algum outro hipoglicemiante oral.
O fármaco também pode ser utilizado como complemento na terapia com insulina no diabetes tipo 1, especialmente nos casos em que o fator obesidade decorra da hereditariedade.
Vale lembrar que, a grande diferença entre o Diabetes tipo 1, é que o pâncreas deixa subitamente de produzir insulina, e isso faz com que a elevação do açúcar no sangue seja súbita e muito exagerada, gerando a falta absoluta de insulina, dando origem à produção de substâncias tóxicas no organismo, os chamados "corpos cetónicos", que ocasionam mal-estar e náuseas. Como não há qualquer produção de insulina, a única forma de tratamento, consiste na administração da mesma.
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Já o Diabetes tipo 2, afeta a capacidade do organismo na conversão do açúcar presente no sangue em energia; onde este processo é controlado por um hormônio que conhecemos como - Insulina. No Diabetes tipo 2, o organismo não responde corretamente à este hormônio como deveria (a chamada "resistência à insulina") e também não a produz de forma conveniente ao organismo, resultando na subida anormal e progressiva dos níveis de "açúcar" no sangue (glicemia), sendo então o meio de controle com os hipoglicemiantes orais, como é o caso do Cloridrato de Metformina, que falaremos adiante.
Importante: Nenhum medicamento é 100% seguro, por isso é muito importante que você faça o uso racional e utilize de forma adequada, na dose certa e pelo período definido pelo seu médico. Em caso de dúvidas consulte seu prescritor ou farmacêutico!
O conteúdo desta página é fornecido apenas para fins informativos, lembrando que este artigo têm como objetivo simplificar as informações disponibilizadas em bula, e não substituição da mesma.
O Cloridrato de Metformina é um hipoglicemiante oral, ou seja, um medicamento para o controle da glicemia (taxas de açúcar no sangue), encontrado na forma farmacêutica como comprimido e é utilizado nos pacientes acometidos com diabetes mellitus.
Além de sua utilização como hipoglicemiante oral, o fármaco é administrado no tratamento, atualmente constante On Label (em bula), nos pacientes com Síndrome do Ovário Policístico.
Em contra partida, no uso Off Label (fora da bula), ou seja, sem aprovação das diretrizes de indicação homologada do fármaco pelas agências reguladoras, o mesmo possui suas utilizações em casos ligados aos tratamentos de emagrecimento e em casos de esteatose hepática.
Como age?
A Metformina ajuda no controle glicêmico do diabetes através de três mecanismos:
- Reduz a produção de glicose pelo fígado;
- Aumenta a sensibilidade dos tecidos, principalmente dos músculos, à insulina;
- A Metformina não aumenta a produção de insulina, mas otimiza a ação daquela já produzida;
- Reduz a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal.
Como administrar?
Para Tratamento da Diabete Mellitus Tipo 2
Os comprimidos de Metformina, também conhecidos como: Glifage®, Dimefor®, Gluformin®, entre outras marcas, podem ser encontrados nas dosagens de 500 mg, 850 mg e 1000 mg (comprimidos revestidos) e os comprimidos de ação prolongada podem ser encontrados nas doses de 500mg, 750mg e 1000mg.
Adultos ≥ 17 anos
Dose inicial: 500 mg duas vezes por dia ou 850 mg uma vez por dia. A dose pode ser elevada em 500 mg a cada duas semanas. Se for necessária uma dose maior que 2000 mg por dia, a posologia deve ser alterada para três vezes por dia. A dose total máxima recomendada é de 2550 mg por dia.
Nos casos de comprimidos de liberação prolongada, a dose inicial é de 500 a 1.000 mg uma vez por dia. A dosagem pode ser aumentada em 500 mg a cada semana, sendo a dose máxima: de 2000 mg uma vez por dia.
Em muitos casos, não consegue-se obter respostas clínicas significativas com doses menores que 1500 mg por dia; no entanto, para minimizar os efeitos colaterais gastrointestinais, recomenda-se uma dose inicial baixa, já imaginando um aumento gradual ao longo das semanas.
A Metformina deve ser tomada junto às refeições e o comprimido deve ser engolido por inteiro, evitando parti-lo ou mastigá-lo.
Crianças e Idosos
A Metformina é indicada para adultos e crianças acima de 10 anos. Entre os pequenos, porém, a dose jamais pode exceder aos 2000mg. A orientação é do Instituto de Saúde dos Estados Unidos. Quanto aos idosos, o cuidado maior se deve ao fato de que a Metformina é um tipo de medicamento que deve ser usado diariamente. Na maioria das vezes, nesse grupo, ela se soma a outras medicações de uso contínuo. A esse quadro os especialistas dão o nome de polifarmácia.
A orientação de um médico ou farmacêutico pode reduzir o risco de prejuízo das funções. Caso se verifique que o idoso tem boa saúde, o medicamento será considerado seguro. E mais: entre os adultos maduros, ele ainda diminui as quedas.
Grávidas
Embora estudos feitos até o momento não relacionem o uso de Metformina com aumento de risco para anomalias congênitas, parto prematuro ou aborto, é contraindicado o uso desse fármaco por gestantes e lactantes. Fale com seu médico para saber quais são as opções de tratamento para você. Ele poderá avaliar a melhor solução no seu caso, o que inclui a terapia indicada para o diabetes gestacional.
Tratamento da síndrome do ovário policístico
- 1500 mg a 2000 mg por dia, divididos em 2 ou 3 doses diárias (dose inicial de 500 mg por dia, com incrementos de 500 mg a cada 1 ou 2 semanas).
- Nos comprimidos de liberação prolongada, a dose é de 1000 mg duas vezes por dia (dose inicial de 500 mg por dia, com incrementos de 500 mg a cada 1 ou 2 semanas).
ATENÇÃO! Antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, independente da posologia constante na bula ou qualquer outro informativo, consulte seu médico, apenas ele saberá prescrever corretamente sua dosagem e tempo de tratamento específicos para controle eficaz de seu quadro clínico!
Quais contraindicações?
A Metformina é uma droga com pouquíssimas contra-indicações, mas uma delas é muito importante: a insuficiência renal avançada, por isso não deve ser usada em pacientes com insuficiência renal, principalmente se a creatinina estiver acima de 1,5 mg/dl ou taxa de filtração glomerular menor que 30 ml/min).
O uso de Metformina nesse pacientes está reflacionado a um alto risco de
acidose láctica (aumento do ácido láctico no sangue), que é uma complicação pouco comum, porém potencialmente fatal.
Pacientes com doença hepática (fígado) grave também não devem utilizar Metformina.
Gravidez e lactação
A Metformina pode ser usada com segurança no tratamento do diabetes gestacional, e nas mulheres amamentando, a presença de Metformina no leite costuma ser pequena e o seu uso durante o aleitamento materno costuma ser autorizado pelos pediatras.
Quais efeitos colaterais ela pode apresentar?
A Metformina pode provocar os seguintes desconfortos:
- Náusea;
- Diarreia;
- Constipação;
- Gases;
- Dor de estômago;
- Indigestão;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular.
A Metformina também pode levar à redução dos níveis de vitamina B12, porque altera a microbiota. A perda do apetite também é comum. Este último efeito é útil nos casos de pacientes diabéticos com obesidade ou que estejam acima do peso. Um efeito colateral grave, porém mais raro, é a cetoacidose diabética/acidose lática —uma elevação das taxas de glicemia a níveis muito altos que afeta outros órgãos, principalmente a função renal.
Esse efeito poderá se manifestar especialmente em pessoas com doenças respiratórias, do fígado ou renais. Esta é uma situação de emergência, e você deve procurar ajuda médica imediatamente ao observar os seguintes sintomas:
- Fraqueza;
- Desmaio;
- Hálito com odor alterado;
- Dor ou desconforto estomacal persistente;
- Respiração difícil ou ofegante;
- Insônia;
- Cãibras
Sua utilização altera o peso corporal e causa queda de cabelo?
Quanto a alteração de peso corporal, sim, mas é preciso ter cuidado com este conceito, porque se trata de um efeito ainda não aprovado pelos órgãos sanitários. Muitas vezes o médico tem à sua frente um paciente obeso, com glicemia variável, mas sem diagnóstico de diabetes. Após alguns exames, ele pode descobrir que a pessoa tem resistência à insulina. Nesses casos, a Metformina servirá para controlar o quadro, o que ajudará, também, na redução do peso. Este medicamento não é um medicamento indicado para emagrecimento, uma vez que até o momento é prescrito como tratamento Off Label (fora da bula).
Com relação a queda de cabelo, não existem estudos científicos que relacionam a queda de cabelo ao uso da metformina. Contudo, o fármaco foi considerado benéfico para a melhora da qualidade de vida em mulheres com a síndrome do ovário policístico, reduzindo queixas consequentes à acne, queda de cabelo e infertilidade.
A depender da dose e da sensibilidade do paciente, a diarreia é um dos principais efeitos. Isso porque quando a Metformina é liberada no intestino do paciente, pode haver um acúmulo.
Na ‘crise’ de diarreia é importante reidratar o corpo, comer alimentos de fácil digestão, evitar alimentos que provocam gases e alimentos com muitas fibras, mas o seu contrário também pode ocorrer, ou seja, o intestino pode ficar preso.
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