Equipamentos inteligentes que transformam a vida de pessoas com deficiência

Descubra como a tecnologia Smart Home (Casa Inteligente) traz benefícios formidáveis para pessoas que vivem com alguma deficiência

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Para quem vive com doenças crônicas, seja esclerose múltipla, artrite, fibromialgia, entre outras, a redução da mobilidade física pode criar bastantes obstáculos no que toca a simples tarefas diárias em casa. Porém, o aumento do número de casas "inteligentes", onde os equipamentos domésticos se conectam, pode melhorar consideravelmente a acessibilidade e mudar a vida das pessoas com deficiência. Descubra como.


Conceitos chave:

  • Aparelhos inteligentes: Itens que se conectam a outros dispositivos ou redes, geralmente permitindo que sejam controlados através de um smartphone
  • Bridge ou Ponte: Dispositivo que se conecta a vários itens da mesma natureza (como lâmpadas), permitindo que estes sejam controlados a partir de um único ponto
  • Hub: Dispositivo que se conecta a diferentes artigos inteligentes de vários fabricantes, simplificando o seu controlo
  • Coluna inteligente: Coluna que se conecta a outros dispositivos, telemóvel ou rede. O microfone embutido permite que controle o sistema por voz
  • Serviço de automatização: Software que permite automatizar o comportamento de dispositivos inteligentes com uma condição subjacente. Por exemplo, acender a luz se o sensor de movimento detetar alguém na sala

O que são Casas Inteligentes?

Já ouviu falar da “internet das coisas”? Este termo refere-se a objetos físicos - desde carros e relógios a eletrodomésticos - que possuem conectividade incorporada. Estes objetos são normalmente conhecidos como dispositivos inteligentes.

Um grande número de objetos comuns, como lâmpadas e fechaduras de portas, estão a tornar-se dispositivos inteligentes, sendo que um dos principais benefícios é a possibilidade de serem controlados com o computador ou smartphone, mesmo que não estejamos em casa.

Embora cada item inclua usualmente o seu próprio aplicativo, se optar por incorporar vários equipamentos inteligentes pode investir num sistema que permite que todos eles sejam controlados através de uma central hub.

Além disso, pode adicionar uma coluna inteligente à mistura. Como também incorpora um microfone para comandos de voz, todos os itens acima devem funcionar assim que emite uma ordem em voz alta.

Se tem algum tipo de deficiência estas tecnologias podem ser um ótimo passo para tornar a casa mais acessível e segura.

De que forma pode uma casa inteligente ajudar uma pessoa deficiente?

Uma casa é um espaço extremamente pessoal e importante.

A deficiência pode tornar difícil ou mesmo impossível a realização de tarefas básicas em casa e, consequentemente, essa perda de independência pode ser profundamente frustante.

A “Internet das Coisas” oferece a muitas pessoas com deficiência a oportunidade de recuperar o controlo que pensavam ter perdido definitivamente.

Os itens seguintes são exemplos de alguns equipamentos inteligentes já existentes:

  • Termostatos
  • Lâmpadas
  • Alarmes de fumo
  • Fechaduras
  • Campainhas
  • Aspiradores robot
  • Portas de garagens
  • Cortinas e estores
  • Detetores de monóxido de carbono
  • Detetores de movimento
  • Câmaras de segurança
  • Fornos

Para alguns de nós pode ser algo que ainda parece estar longe de acontecer, mas as funções desses itens já podem ser todas controladas através de um só aplicativo. Deste modo, pode fechar as suas cortinas, ligar as luzes, aumentar a temperatura e trancar a porta em segundos, com apenas uns toques no telemóvel.

Talvez ainda mais relevante será lembrar que tudo isto também pode ser feito por comando de voz.

Para pessoas com deficiência ser capaz de realizar todas essas ações pode ajudar a reduzir a dependência de amigos, familiares e/ou cuidadores e, assim, aumentar a independência e até mesmo a autoestima.

Mais, pode evitar a necessidade de fazer mudanças em casa, como diminuir a altura dos interruptores, por exemplo.

Além da questão da acessibilidade, estes equipamentos inteligentes podem salvar energia preciosa, consumida em movimentos que podem ser profundamente cansativos e desgastantes para algumas pessoas com mobilidade reduzida. Qualquer pessoa que se relacione com a “Teoria da Colher”, certamente saberá o valor de salvar algumas colheres sempre que possível.

Então, como funcionam?

Em primeiro lugar, é necessário que tenha um telemóvel para conseguir controlar os restantes equipamentos (smart devices).

  • Conexão com o smartphone

Dispositivos individuais podem conectar-se ao seu telmóvel usando tecnologia como Bluetooth ou, mais comumente, através da rede WiFi da sua casa. Aqueles que se ligam através de WiFi podem ser normalmente controlados a partir de qualquer parte do mundo, desde que tenha uma ligação à Internet.

A maioria dos dispositivos vem com uma aplicação em específico que permitirá controlá-los através do seu smartphone. Estas apps estão normalmente disponíveis tanto para iPhone como para Android.

  • Bridges e Hubs

No caso de itens como lâmpadas, uma só app usualmente será suficiente para controlar todas as luzes de casa que tenham lâmpadas “inteligentes”. Já em sistemas mais avançados como o Philips Hue, cada lâmpada irá conectar a um dispositivo diferente (a bridge ou ponte) e, posteriormente, ao seu telemóvel. Isto irá facilitar todo o mecanismo e tornar a utilização mais simples e acessível.

Identicamente, os termoestatos inteligentes, como o da Apple ou o da Honeywell irão conectarar multiplos sensores pela sua casa para que controle a temperatura ou até mesmo a humidade do seu lar, de forma rápida e intuitiva.

Caso planeie usar vários dispositivos inteligentes em casa e gostaria de controlá-los a partir de apenas um aplicativo, precisa de um hub.

Os hubs são capazes de estabelecer a comunicação com e entre uma variedade de diferentes produtos de distintos fabricantes ou marcas, o que pode ser bastante útil e exclui a necessidade de ter de usar aplicações distintas para cada item.

  • Colunas inteligentes

As colunas inteligentes, como a Echo da Amazon, a HomePod da Apple ou a Google Home, possuem microfones emutidos que viabilizam o reconhecimento da voz para o comandar as mais variadas tarefas. São, normalmente, um dispositivo essencial nas casas inteligentes.

São ativadas quando “ouvem o seu nome” (Alexa, OK Google ou Hey Siri) e, de seguida, respondem à ordem indicada.

Desde que as colunas inteligentes se tornaram populares, as suas funções mais vulgares são, claro, focadas em música: “Alexa, quero ouvir Bossa Nova”.

No entanto, quando se tornaram o centro de comando verbal para dispositivos inteligentes, o seu uso prático expandiu-se imenso. Além de pedir à Alexa para tocar um pouco de Bossa Nova, poderia pedir para ligar as luzes do quarto, fechar os estores, definir a temperatura da cozinha para os 20ºC, entre muitas outras tarefas.

Os afazeres diários tornam-se, assim, ainda mais acessíveis para quem é deficiente. Além disso, as colunas inteligentes podem ser muito úteis até em situações de emergência em que o telemóvel não está ao seu alcance ou não se consegue mexer, mas precisa de ligar para alguém. Basta dar o comando de voz para telefonar para um serviço de emergência ou um ente querido que o possa auxiliar.

  • Serviços de Automatização

Nos dias de hoje, já é inclusive possível fazer com que os dispositivos inteligentes ajam automaticamente em determinadas circunstâncias.

Serviços de automatização, por exemplo o IFTTT (If This Then That), conecta-se com aplicativos que controlam seus dispositivos inteligentes. Esses serviços podem acionar um dispositivo inteligente quando uma determinada condição é atendida.

Por exemplo: Caso seja detetado movimento na cozinha, ligar a luz.

Tal como as colunas inteligentes, estas funcionalidades melhoram não só a performance dos seus dispositivos inteligentes, como também podem salvar vidas. Pode definir que a sua caldeira seja desligada automaticamente se for detetado monóxido de carbono, por exemplo.

Por questões de segurança, pode receber uma notificação se um dado movimento for detetado enquanto não estiver em cas, ou se a porta estiver destrancada durante horas específicas.

Por onde devo começar?

Mesmo que as casas inteligentes ofereçam, indubitavelmente, muitos benefícios a inúmeras pessoas com algum tipo de deficiência, lidar pela primeira vez com estes dispositivos pode ser assustador.

Geralmente, a maioria das pessoas começa com os termostatos e as lâmpadas. São relativamente simples de instalar na maior parte das casas, são úteis no dia-a-dia e podem ser rentáveis (a longo prazo, maior eficiência leverá a poupança).

Dispositivos inteligentes menos populares, tais como cortinas e persianas, podem ser particularmente úteis para pessoas com deficiência.

Do mesmo modo, campainhas inteligentes geralmente vêm com uma câmera embutida, assim pode ver quem está na porta e decidir se vai atender. Pode até mesmo deixar alguém entrar destravando a porta remotamente. Para muitos, isto pode parecer divertido e não passar de mais uma inovação tecnológica. Mas para quem vive com alguma incapacidade, esta mudança pode salvar tempo e energia significativos e muito valiosos.

Por fim, convém sublinhar que o controle de voz oferecido por uma coluna inteligente pode ser especialmente benéfico em caso de emergência.

Seja qual for o dispositivo inteligente que escolher para começar, há muitas informações disponíveis online para ajudá-lo a tomar a decisão certa.

Se estiver realmente inseguro e quiser aconselhamento especializado, existem especialistas que o podem ajudar a decidir quais os produtos que são adequados para si e oferecer um serviço de apoio à instalação do equipamento.


As casas em que vivemos vão ficando cada vez “mais inteligentes” à medida que a tecnologia se desenvolve e os preços descem.

Para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, os benefícios que esta tecnologia oferece podem fazer uma diferença positiva e realmente decisiva no seu quotidiano.


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